
BRODIFACOUM
A Super Varfarina, um rodenticida letal.
Caso 4: Uma hemorragia espontânea associada com envenenamento acidental por brodifacoum numa criança
Uma criança de 36 meses apresentava-se pálida, com contusões por todo o corpo e hemorragias espontâneas no nariz, boca, e trato urinário.
As análises laboratoriais revelaram concentrações de hemoglobina de 96 mg/L, hematócrito de 29,9%, contagem de plaquetas a 474 X 109/L, tempos de prototrombina (PT) superiores a 40 segundos (normal vai até 13 segundos) , tempo de tromboplastina parcial (PTT) superiores a 120 segundos (normal é de 23,6 a 36,8 segundos).
O seu pulso era de 181 pulsações por minuto, sendo que os outros sinais vitais se encontravam normais.
Não apresentava icterícia, adenopatias ou hepatoesplenomegalia, nem historia recente de doença febril ou tratamento com fármacos. Não havia história médica ou familiar de coagulopatia.
Após algumas horas de internamento as concentrações de hemoglobina baixaram para 71 mg/dL, com uma contagem de reticulócitos de 0,3%.
A criança foi tratada com vitamina K, plasma fresco e 10 mL de eritrócitos por cada quilograma. Todos os sintomas pararam pouco após a administração do plasma. O PT e o PTT continuaram fora do normal, mesmo após a administração oral e intravenosa de vitamina K, mas não apresentou mais hemorragias.
Nos fatores dependentes de vitamina K foram detetadas reduções. Sendo uma criança saudável, sem sinais de má absorção, questionaram a mãe para a presença de varfarina ou raticida em casa. Ela admitiu usar o brodifacoum no passado mês.
A criança foi medicada com 5 mg de vitamina K, 3 vezes por dia e com isto demorou melhorias significativas.
