Caso 2: Intoxicação de dois cães recém-nascidos por brodifacoum

 

 

 

 

 

 

 

 

De uma ninhada de 13 cães, 3 deles morreram à nascença e 5 morreram até 48 horas após o parto. Dos que sobreviveram, 2 deles apresentavam hemorragia nas cavidades torácicas e peritoneais, intestinais, e nas meninges, sendo detetado níveis hepáticos de brodifacoum nestes 2 cães.

 

Tanto a ingestão de brodifacoum como a transferência transplacentária foram consideradas possíveis vias de exposição, sendo que a última é a mais provável de ter ocorrido neste caso.

 

A cadela não tinha sinais clínicos de coagualopatia antes ou após o parto e os seus donos estavam confiantes que ela não tinha sido exposta ao raticida pelo menos durante as últimas 4 semanas que precederam o parto.

 

Este é um caso único em que o progenitor não foi afetado, sugerindo que os fetos são mais suscetíveis à toxicidade do raticida que os animais adultos.

 

Existem 3 mecanismos possíveis para explicar o aumento da suscetibilidade dos fetos e recém-nascidos à ingestão materna de anticoagulantes antagonistas da vitamina K:

• A inibição da atividade da enzima vitamina K 2,3-epóxido redutase e a redução do ciclo de redução hepático da vitamina K é mais significativa nos fetos que em animais adultos;

• A placenta é a única fonte de vitamina K para o feto. Pelo que, se os níveis de vitamina K da progenitora estiverem baixos pode resultar num défice da mesma durante a gravidez;

• A lenta transferência de vitamina K da cadela para os filhos, leva a que os cachorros não possam compensar longos períodos de carência, mesmo que a cadela retorne a concentrações normais da vitamina.